terça-feira, 25 de setembro de 2018

Massilon Silva Em Trovas * Antonio Cabral Filho - Rj

Massilon Silva Em Trovas
Informe Biográfico


Natural de Pão de Açúcar/AL, formou-se em Direito pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió - CESMAC, sendo o primeiro Defensor Público da Comarca de Pão de Açúcar . Escreveu para jornais, sendo correspondente do Jornal de Hoje e Jornal de Alagoas e colaborador do semanário Desafio, todos de Maceió e um dos fundadores do jornal A Pátria. Publicou poesias, contos e crônicas nas antologias Tempo Definido e Livre Pensador  da Editora Scortecci,  de São Paulo e na coletânea Aperitivo Poético, em Aracaju/SE . Publicou o livro Moinho de Versos pela Editora J. Andrade. Ocupa atualmente a cadeira n. 18 da Academia Sergipana de Cordel, na Academia de Letras de Pão de Açúcar,  Alagoas,  a cadeira 29 e na Academia Alagoana de Literatura de Cordel,  cadeira 22.
 
Onde encontrá-lo
ABC DAS ALAGOAS
abcdasalagoas.com.br 
&
Clube da Poesia Nordestina
 http://clubedapoesianordestina.com.br/website/wp-content/uploads/2015/09/1ce56001-e6b4-4f4c-9471-e02e75edd395.jpg
*
TROVAS
Examinando a quimera
do parentesco aparente,
descobri que a Primavera
é minha contraparente.
&
Não choro tua partida,
nem pra ficares te peço,
pois sei que pra cada ida
haverá sempre um regresso.
&
De tanto haver retornado
aos braços dessa menina,
eu já estou conformado,
regressar é minha sina.
&
Em maio por várias vezes
clamo e chamo por seu nome
mas nos outros onze meses
se eu não lhe chamar reclame.
&
Em noites de lua cheia
um lobisomem percorre
as ruas de minha aldeia
se avista a gente ele corre.
&
Eu não tenho combustível
nem dinheiro pra comprar
assim não vai ser possível
hoje à noite lhe encontrar.
&
Na tela do celular
eu escrevi nossa história
o bicho achou de travar
e apagou da memória.
&
A ordem de expositores
não desmerece o produto
pois a ordem dos tratores
não altera o viaduto.
&
Querem mudar meu destino
ao dizer-me que não pode
num restaurante grã-fino
comer buchada de bode.
&
Falando meias verdades
chegas em casa a desoras
faz de conta que não sabes
que sofro enquanto demoras.
&
Quando o assunto é extenso
e dissertá-lo me estorva
resumo aquilo que penso
ponho tudo numa trova.
&
Acabei com meu dinheiro
porque gastei como louco.
- Enganas-te cavalheiro,
o teu dinheiro era pouco.
&
A distância pequenina
de minha casa pra sua
o seu olhar ilumina
de um lado a outro da rua.
&
Procurei no céu a lua
um eclipse a escondeu,
mas pra clarear a rua
basta-me um sorriso teu.
&
Hoje acordei bem cedinho,
discuti com o lençol,
abri da porta um tantinho,
colhi um raio de sol.
&
O mar da tranquilidade
hoje estava diferente.
Fui ver sua claridade
a terra ficou na frente.
&
Não pense que estou aflito
por não me chamar meu bem,
pois o amor mais bonito
é aquele que não se tem.
&
Zé Sabino no passado
foi marinheiro de de fama,
depois virou Deputado,
navegou num mar de lama.
&
O povo vive a falar
que nosso amor não dá certo
eu garanto que vai dar
chova canivete aberto.
&
Esse mau humor danado
está dando o que falar
mas só será expurgado
se aquela ingrata voltar.
&
Sua ausência me faz triste
uma tristeza sem fim
confesso que não existe
outro triste igual a mim.
&
Com bastante animação
eu vejo São João chegar
vou entornar um quentão
na  calçada do meu lar.
&
Beberam na mesma taça
sentindo da mesma sede
hoje um pra outro não passa
de um retrato na parede.
&
Já estamos conversados
não tem como nem por que
no dia dos namorados
o meu presente é você.
&
O nordeste está mudado
São João não tem quadrilha
tudo agora é concentrado
lá no planalto em Brasília.
&
Em noite de lua cheia
um lobisomem percorre
as ruas de minha aldeia
se avista a gente ele corre.
&
O povo vive a falar
que nosso amor não dá certo
eu garanto que vai dar
chova canivete aberto.
&
Quando ouvir alguém batendo
na porta de sua vida,
venha abrir,  venha correndo,
sou eu voltando,  querida.
&
Quisera que a lua cheia
coubesse na minha mão
pra te ofertar oh sereia
junto com meu coração.
&
Discordo dessa parada,
a sogra não é serpente,
mas sua língua afiada
mata qualquer um da gente.
&
Pra montar o Minotauro
e cavalgar livremente
quero a Próxima Centauro
não uma estrela cadente.
&
Enquanto cresce a lambança
que nosso idílio morreu
meu coração não se cansa
de correr atrás do seu.
&
Discordo dessa parada,
a sogra não é serpente,
mas sua língua afiada
mata qualquer um da gente.
&
Sobre o mistério que ronda
Da Vinci um dia escreveu
que o rosto é da Gioconda
mas o sorriso é o teu.
&
Não pense que estou aflito
por não me chamar meu bem,
pois o amor mais bonito
é aquele que não se tem.
&
Mesmo de corpo alquebrado
ela vai e não reclama.
Alguém inspira cuidado,
é a voz do filho que chama.
&
Eu nem sei como é Dolores
mas falam dela tão bem
que até já lhe mandei flores
apaixonado também.
&
Trovaram pra seus amores
toda a noite sem parar
de manhã nasceram flores
na janela do solar.
&
Lembro que na minha infância
em um bordão de sucesso
dizia-se: a ignorância
é que atravanca o progresso.
&
Maio,  Maria,  mulher,
mãe, matrona, matriarca,
musa, madame,  o que quer
que seja tem sua marca.
&
Se a tristeza que lhe invade
deixa seu peito infeliz,
quando estiver com saudade
leia os versos que lhe fiz.
&
Se os dias passam depressa
e todo tempo é agora,
ame muito, tenha pressa,
antes que o amor vá embora.
&
Se decepção infame
lhe fez perder um amor,
seja forte, não reclame,
reclamar aumenta a dor.
&
Por favor não vá embora,
sorva o copo por inteiro.
Pra quem sai antes da hora
a festa acaba primeiro.
&
No mundo existe problema
até pra enterrar um morto,
porque se a cova é pequena
o defunto fica torto.
&
Sendo viver uma arte
e a vida eterno renovo,
se perdeu a melhor parte
comece tudo de novo.
&
Se eu chegar de madrugada
a patroa desaprova.
Estando a porta travada
destravo a trava com trova.
&
Concordar eu não concordo,
aceitar eu não aceito,
mas que importa se discordo
se se faz do mesmo jeito?
&
Só depois de ter achado
o que há muito foi perdido,
descobri que aquele achado
já não fazia sentido.
&
Segredo é pra ser guardado
e é certeza que me cale,
quando estiver acordado.
Dormindo talvez eu fale.
&
Não quero ser o seu dono
nem quero ser seu marido,
só quero perder o sono
nas barras do teu vestido.
&
Enjoei deste lugar,
não fico mais nesta rua.
Vou construir nosso lar
na face oculta da lua.
&
Quis ainda muito cedo
voar como passarinho,
mas sem saber o segredo
deixei as penas  no ninho.
&
Se eu não disser o que quero
nem você o que pretende,
fica nesse lero lero
e a gente nunca se entende.
&
Correndo de seu marido
pulei dez cercas de vara,
me senti mais perseguido
que Ernesto Che Guevara.
&
Eu bebi de sua mão
o vinho que me encantou,
mas depois comi do pão
que o diabo amassou.
&
Ela pediu bem baixinho
do meu amor uma prova,
misturei quatro versinhos
e o que saiu?  -Esta trova.
&
Porque deixei sem querer
nossas malas em Manágua,
não precisava fazer
tempestade em copo d'água.
&
NOVAS TROVAS

I
De tanto esperar no porto
não viajo mais de barco.
Já estou no aeroporto,
próxima nave eu embarco.

II
Quando esta chuva passar
e um pote de ouro vires,
não tens como se enganar,
é a base do arco-íris.

III
Já estou entregue às traças,
gagá e quase demente,
mas quando bebo cachaça
fico mais inteligente.

IV
Se eu, cobrando escanteio,
fizer o gol como quero,
ganharemos o torneio
vencendo de um a zero.

V
Nosso amor resiste a vento,
a chuva e a trovoada.
Uma briga de momento
é sereno, é quase nada.

VI
Se dormindo nela eu penso,
acordado quero vê-la,
acho,  vou perder o senso, 
com Bilac ouvir estrela.

VII
Ao ver-me cambaleando
não me olhe de soslaio,
nem fique me criticando.
Se a Bolsa cai, eu não caio!

VIII
Invadiu meu coração,
sem nenhuma cerimônia ;
fez uma devastação,
maior que da Amazônia.

IX
Eu daqui me perguntando:
Mulher? É homem?  Não sei...
Só sei que vai desfilando
numa passeata gay.

Massilon Silva - SE
*
Livros
Moinho de Versos,
lançado em janeiro de 2018.
Versos Diversos,
no prelo.
Cordel - Realidade e Ficção, coletânea,
em lançamento para novembro, no Rio de Janeiro.
*
Eventos


***

terça-feira, 19 de junho de 2018

Seleta de Trovas * José Feldman - Pr


Seleta de Trovas


José Feldman - Pr
*
Informe Biográfico
&&&
José Feldman nasceu em São Paulo/SP, em 1954. Em 1995 casou-se com a escritora e tradutora, professora de literatura inglesa Alba Krishna Topan e mudou-se para o Paraná em 1999, onde foi, pela União Brasileira dos Trovadores, Delegado de Ubiratã, auxiliar de delegado em Arapongas/PR e membro da UBT Maringá. Radicou-se em Maringá/PR, onde mora atualmente. Foi premiado em alguns concursos de trovas, como Ribeirão Preto, Nova Friburgo, Curitiba, Santos, etc. Escritor, poeta, trovador, gestor cultural, orientador, criou o blog http://singrandohorizontes.blogspot.com.br em 2007, e http://florilegiodetrovas.blogspot.com.br, em 2016. Idealizador e editor dos ebooks Chuva de Versos com mais de 400 números, O Encanto das Trovas, Florilégio de Trovas, Oceano de Letras e O Voo da Gralha Azul. 
 Pertence a diversas academias de letras, foi vice-presidente da Associação de Literatos de Ubiratã e presidente estadual do Paraná da Academia de Letras do Brasil, medalha de mérito cultural Euclides da Cunha da Academia de Letras em Berna/Suiça e membro desta Academia, Conselheiro Internacional do Movimento União Cultural, acadêmico correspondente de Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG, Academia Formiguense de Letras/MG e Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura. Membro de Sociedade Mundial de Poetas, Unión Hispanomundial de Escritores, Casa do Poeta Lampião de Gaz.
Medalhas de Mérito Cultural da Academia Pan Americana de Letras e Artes; Mérito Cultural da Academia Brasileira de Trovas; Medalha Heitor Stockler de França, da UBT Paraná; Prêmio “Mahatma Ghandi”, de Liderança pela Paz, da Academia Rotary de Letras, Artes e Cultura e título de Doutor em Filosofia Universal “Honoris Causa” da Academia de Letras do Brasil.
        Livro publicado na Coleção Terra e Céu, em 2016 com suas trovas e de seu mestre Izo Goldman. Participação com poesias na Edição comemorativa de 35 anos do Movimento Poético em São Paulo; Café com Letras, da Academia de Letras de Teófilo Ottoni/MG; Coletânea dos Poetas de Maringá - IV. Crônica em coletânea organizada por Isabel Furini, de Curitiba. Prefácio em livros de Isabel Furini e Átila José Borges. Trovas em livros “Paraná em Trovas” de Vânia Ennes, de Curitiba e do livro Meus Irmãos os Trovadores, vol.II, da União Brasileira dos Trovadores Nacional. Referência no livro A Trova, de Carolina Ramos, e em boletins nacionais. Seu nome foi citado nos Anais da Academia de Letras Maçonicas.  Livro “Canteiro de Trovas” com cerca de 300 trovas de sua autoria.

1
A esperança é uma auriflama,
vibrando no coração...
Um divino pindorama
que emerge de nosso chão.
2
A felicidade é um dom,
que todos podemos ter,
se o carinho for o tom,
e a melodia… o viver.
3
A Gralha Azul quando voa
espalhando o seu pinhão,
com a semente abençoa
cada canto deste chão.
(3º. lugar – XVIII Jogos Florais de Curitiba, 2015 –
Âmbito Estadual, NT)
4
A inveja é uma erva daninha,
destrói as boas ações.
É uma vontade mesquinha
que domina corações.
5
– A grana...pode me dar...
– Já vi que é um ladrão cortês...
Não dá pra você pegar
só no final do outro mês?
(Menção Honrosa – LVI Jogos Florais de Nova Friburgo/RJ, 2015, Âmbito Nacional)
6
Ah, se eu fosse um construtor!...
Eu faria estradas novas,
incrustadas com amor,
pelo chão... milhões de trovas!
7
Ajudar uma pessoa,
pensando mais do que em si
é praticar ação boa
preciosa qual rubi!
8
A maior lição que a vida,
pode nos oferecer:
– Após cada despedida,
há sempre um amanhecer…
9
Amar!… Amar pode ser
que pecado não o seja,
mas amor sem florescer,
é sofrer dura peleja.
10
A minha trova é um lamento,
por dias que não virão.
Amor ceifado no vento,
arrancado sem perdão!
11
A minha vida é um navio,
que navega em pleno mar...
Ora contra um mar bravio,
ora em mero devanear.
12
Amor… dois copos de vinho
são nossos dois corações,
cujo sabor é o carinho
transbordando de emoções!
13
Amor! És qual uma rosa,
cuja corola ao se abrir,
exibe a mulher formosa.
que é o meu mais doce elixir!
14
A mulher me deixa rouco,
Pois. quando grito que a adoro,
ela sai...e eu fico louco!!!
Não sei se rio...ou se choro!...
15
A mulher se faz presente
todo instante com fervor.
Carrega em si a semente
que planta um mundo de amor.
16
A música me entorpece,
e me faz devanear.
A melodia enternece…
com um amor faz sonhar!
17
A natureza se esmera
com flores, beleza infinda,
ao espargir nossa quimera
qual uma benção... benvinda!!!!
18
Andei por todos os cantos,
em busca de uma quimera.
Mas, encontrei desencantos,
e a tristeza à minha espera..
19
Ao fazer uma mudança,
muitas caixas a embalar.
Eram tantas...que festança!
Numa delas fui parar...
20
Ao olhar pela janela,
os passarinhos cantando,
a saudade se rebela
e a tristeza vem chegando.
21
Ao seguir, no trem da vida,
parei nas encruzilhadas.
buscando a paz merecida...
Enganei-me!...Eram fachadas.
22
Após tantas despedidas,
são tantos os reencontros,
que nas emoções vividas
dissipam-se os desencontros…
23
Após dias de trabalho,
já chegando o anoitecer,
me aconchego num carvalho,
para em paz adormecer.
24
A saudade é dor pungente,
tão  terrível como o açoite,
a açoitar a minha mente,
seja manhã, tarde ou noite.
25
A saudade me avassala,
noite e dia são iguais,
a tristeza não se cala...
sozinho, me afundo em ais.
26
As flores estão voltando,
colorindo tudo... Enfim,          
é a Primavera chegando,
perfumando o meu jardim!
27
As trevas se dissiparam,
quando apareceu a luz,
que todos abençoaram,
bendito nome… Jesus!
28
A vida é pura beleza,
isto eu não posso negar.
Porém, a maior grandeza,
é a seiva do verbo amar.
29
A vida, seja qual for,
é árvore cujos galhos,
têm folhas de riso e dor,
penduradas qual retalhos.
30
A vida, quando pintada
tal qual aquarela, em cores
é quimera deformada
por múltiplos dissabores!
31
Cada lágrima vertida,
num instante em desalento,
tem um quê de despedida…
Um coração ao relento!
32
Cada livro, nova história...
Cada folha, novo ardor...
e, no final, a vitória
se for enredo de amor!
(Menção Especial – XVI Jogos Florais de Santos/SP, 2014 – Âmbito Nacional)
33
Cada qual é diferente
com seu modo singular,
com todos, seja indulgente,
saiba aos outros respeitar.
34
Cada trova que, hoje, faço,
cada verso que componho,
é qual fosse um grande laço
para amarrar o meu sonho…
35
Cada um tem o seu sonho...
no sonho tem seu amor.
O amor faz alguém risonho...
Não eu...pois só tenho a dor!
36
Cada verso que componho,
carrega em si um apelo:
– Faça a minha vida um sonho,
que até hoje é um pesadelo!
37
A caminho do horizonte,
quis a minha dor levar,
lá, encontrei uma fonte,
mas, sem água a me aliviar.
38
Caminhei por esta rua
procurando o teu calor.
Ontem, eu quis dar-te a lua,
hoje, dou-te o meu amor!
39
Campos do Jordão, encerras
com encanto sem igual,
famosos em tuas terras,
os festejos de Natal!
40
Chega o Natal e há partilha
de amor, de paz, de harmonia...
E o céu inteirinho brilha,
com seu manto de alegria!
41
Cinquenta reais por ponto...
e ao mestre ele deu quinhentos.
Da propina, houve um desconto:
- Nota dois... e os quatrocentos!!!
(1º. lugar – XXVIII Jogos Florais de Ribeirão Preto/SP, 2015 – Âmbito Nacional)
42
Confetes e serpentinas.
este é o nosso carnaval...
Depois...quantas Colombinas
jogadas no matagal!!!
43
- "Coração amargurado,
porque choras sem parar?
Se tu queres ser amado,
vai outro amor procurar!"
44
Coração aprisionado!…
A sua beleza e encanto
me deixou hipnotizado…
e eu não sei se choro ou canto.
45
Cultivemos o jardim
do amor, com perseverança,
para que seja o estopim
de um futuro de esperança.
46
Debruçado na janela,
eu vejo o tempo passar.
Saudade que me flagela,
por quem não irá voltar.
47
Delícia é festa junina...
tem vinho quente e rojão.
Não vou sair da cantina.
Viva São Pedro e São João!
48
De perguntas somos feitos,
mil respostas sem saber...
Somos seres imperfeitos,
buscando outro amanhecer.
49
Desejo que toda a trova,
com os seus versos sem par,
brilhe qual a lua nova,
numa noite, ao despontar!
50
De sonhos somos moldados,
sobre a forja da esperança...
Emitindo nossos brados
ao futuro... nossa herança!
51
De tantos sonhos insanos
e anseios por seu amor,
restaram só desenganos
e o triste perfil da dor!
52
Deus! Se podes atender
este pobre trovador,
por amor a padecer,
que aplaques a minha dor!
53
Difundindo sua história,
o gaúcho, a tradição,
o MTG tem a glória
que enaltece este rincão.
54
Dizia um velho ditado,
“quem espera sempre alcança,”.
Esperou… ficou cansado,
O que era? – Nem tem lembrança!
55
Doar-se de boa vontade
e sempre ajudar alguém...
é crer na fraternidade,
praticando sempre o bem.
56
Doce flor que desabrocha,
perfumando seu cantinho
envolvendo toda rocha
com doçura e com carinho.
57
É a Páscoa, divino dia!…
Tempo de consagração:
– Alma em eterna alforria,
mãos postas em louvação!
58
Em cada verso, a emoção...
em cada linha, o carinho...
Faço a trova..e é o coração
que me conduz no caminho.
59
Em meio a livros, cresci…
cada folha, uma ilusão…
Mas veio um vento, e não vi,
jogou as folhas no chão…
60
Em meu jardim há uma rosa,
cujo aroma me inebria,
torna a vida gloriosa,
dissipa a melancolia.
61
Em nome da evolução,
o homem, sem pestanejar,
as árvores põe ao chão,
deixando as aves sem lar!
62
Em verdade, é uma ousadia,
tentar realizar um sonho:
Dando ao universo poesia,
fazendo o mundo risonho.
63
Envolvi-me em teus abraços,
em busca do teu carinho.
Hoje, longe dos seus braços...
Só saudade em nosso ninho!…
64
Era uma noite estrelada
quando o meu amor partiu...
e mirando a madrugada,
vi que o meu sonho ruiu!...
65
Esta é uma terra abençoada!
Povoada por brava gente,
tem a Gralha Azul, sagrada,
glória de um povo valente.
66
Esta saudade maltrata
este pobre trovador,
que é mero nefelibata,
que anseia por teu calor.
67
É um ensaio a minha vida,
rumo ao sonho, no porvir:
– Muitas vezes, bem vivida…
– Outras, um mero existir!…
68
Eu possuo um grande afeto,
por algumas trovadoras.
Muitas vezes, encasqueto,
mas... são eternas mentoras!
69
Eu sinto a fé me envolvendo,
sempre que eu consigo ver
a esperança renascendo,
em um novo amanhecer!
70
Eu vivo num picadeiro,
no trapézio desta vida,
com a força de um guerreiro,
enfrentando a minha lida.
71
Existem ódios fecundos,
de um irmão contra outro irmão,
cravo e rosa, moribundos
espalhados pelo chão.
72
– Falar dela?! … Que bobagem!
Quero, de onde ela estiver,
que ela ouça esta mensagem:
– És uma deusa… mulher!
73
Feito um filme de cinema,
ao fitar a tua face,
te dediquei um poema
de amor...que agora renasce!
74
Felicidade é uma flor,
que exala ao desabrochar,
no mundo, onde existe amor,
divino perfume no ar!
75
Feliz, soltei um rojão…
que subiu num rodopio.
Socorro! Oh, meu São João!
Fiquei preso no pavio.
76
Fiz de você minha musa
minha vida e coração…
meu pijama, minha blusa…
a tábua de salvação.
77
Foi na Fonte do Suspiro,
que te dei meu coração...
pois é lá, onde eu me inspiro,
ao compor uma canção!
78
Foi num beijo prolongado,
que a "coroa" se entregou..
Em meu lábio pendurado,
a dentadura ficou.
79
Foi um beijo apaixonado,
que te dei na despedida…
Hoje… triste, abandonado,
eu choro a tua partida.
80
Foram feitos tantos planos…
– fé por um mundo melhor.
Passam dias, meses, anos,
e tudo ficou pior.
81
Foram felizes instantes...
Juventude na querência…
Hoje em terras tão distantes…
Pilcha... mate... sinto ausência.
(Trova Destaque – IV Jogos Florais de Cruz Alta/RS, 1992 – Âmbito Nacional)
82
Gralha Azul, qual fazendeiro
semeando o seu pinhão.
faz nascer mais um pinheiro,
construindo esta nação!
(11º. lugar – XVIII Jogos Florais de Curitiba, 2015 – Estadual, NT)
83
Hoje, a saudade me envolve
e me cobre com seu manto...
Meu coração se dissolve,
implorando o teu encanto!
84
Independência... que eu sei,
tem a ver com liberdade,
entretanto, eu me enganei...
não é a nossa realidade!
85
Ir morar no paraíso...
viver qual bem lhe convier...
é como rir sem sorriso,
se não tiver a mulher.
86
Jardineira... a flor do amor
regaste nos meus canteiros.
Hoje, te dou meu calor
na alameda dos pinheiros!
87
Já singrei os horizontes,
rios, terras e até mares.
Procurei em muitas pontes,
nunca achei os teus luares...
88
Jogadores afamados,
mergulhados no dinheiro...
Tantos outros, desprezados...
deitados... sem travesseiro!
89
Juntos, no alto da montanha…
num “Dia dos Namorados”.
Oh! Que dor! Era patranha,
pois vivemos separados.
90
Lá vêm as festas juninas…
têm tantos foguetes no ar.
Por todo o lado, meninas,
mas ninguém pra namorar.
91
Maringá! És altaneira
pelos teus belos Florais.
Beleza e encanto!… Bandeira
alçada entre os imortais!
92
Meu amor tem duas vias...
que me matam pouco a pouco :
– Numa delas... duchas frias
mas, em outra... um amor louco!
93
Meu coração em pedaços!…
Eu tive um céu estrelado,
tive a esperança em meus braços
e brisa de apaixonado!
94
Meu coração está cheio
de carinho para dar.
Eu vivo em profundo anseio,
por alguém que possa amar.
95
Meu grande amor pela trova,
é um espelho transparente,
é um amor que se renova,
mudando a vida da gente!
96
Meu jardim era florido!
Veio uma chuva e o arrasou...
Sobrou só um cravo ferido,
que o amor, de herança, deixou!
97
Meus livros são qual coelhos...
Eles não findam jamais.    
Meus olhos estão vermelhos!
- Acabou? - Meu Deus! Têm mais!
98
Minha saudade é uma tocha…
e a fagulha de meu verso,
lembra uma flor, desabrocha
perfumando o universo.
99
Minha vida é igual as folhas
que o vento leva pelo o ar…
não perco tempo em escolhas,
deixo o vento me levar!
100
Minha vida, igual a um pão...
necessita da manteiga,
que acalme o meu coração,
qual o som de uma voz meiga!!!

***